quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cry Baby

"Uma gracinha!". Posso até ouvir minha irmã mais velha dizendo isso, se perguntada sobre o que acha do filme. O certo é que Cry-Baby é sensacional, uma comédia-musical-romântica, exagerada, sim, em algumas partes, "água-com-açúcar", claro (e por que não?), mas que marcou época e ajudou a lançar o astro Johnny Depp ao estrelato.
O filme, de 1990, nos apresenta a cidade de Baltimore, nos anos 50, dividida entre duas turmas de adolescentes: os Quadrados (de classe-média e muito conservadores) e os Farrapos (pobres, rebeldes e, em alguns casos, criminosos).
Wade "Cry-Baby" Walker (Depp) é o líder dos Farrapos; um jovem órfão, criado pela avó Ramona e seu marido Belvedere, que aprendeu desde cedo a ser um perfeito exemplo de delinqüente juvenil. Completam a gangue, sua irmã Pepper (grávida do terceiro filho), Wanda, sensual e provocante e o casal Milton (jovem, estúpido e mal, nas palavras de Ramona) e Machadinha (Hatchet-Face, no original em inglês), agressiva e com um rosto bem peculiar.
Allison Vernon-Williams é uma jovem (também órfã) criada pela avó nos moldes da sociedade conservadora, ou seja, uma quadrada, que "namora" - entre aspas mesmo - Baldwin (bom-moço, bom-partido, enfim, um chato) mas que em seu íntimo está cansada de toda essa formalidade do meio em que vive.
Os dois nutrem uma paixão secreta um pelo outro e num belo dia Allison cria coragem e vai falar com Wade, que a convida para ouví-lo cantar no Turkey Point, um clube freqüentado apenas por farrapos. A moça fica entusiasmada, mas logo chega sua avó, que a leva embora, proibindo-a de falar outra vez com "esse tipo de gente".
Ela vai à Escola de Etiqueta, cantar no Show Anual de Talentos (sim, o filme é cheio de cantores) enquanto ele vai à casa de sua avó de quem ganha uma moto de presente, não perdendo tempo e indo logo buscá-la. À contragosto, a Sra. Vernon-Williams permite que Cry-Baby a leve, depois deste prometer que cuidará bem de sua neta.
Lá, Wade se apresenta com sua banda/gangue, tendo Allison como sua convidada, cantando com ele e causando ciúme em Lenora, promíscua e louca pelo cantor. Mas o que eles não esperavam é que os Quadrados iriam invadir a festa, depredando automóveis e iniciando uma briga que só termina com a intervenção da polícia, indo todos parar no tribunal. Os jovens são soltos e entregues ao pais, mas Pepper perde a guarda de seus filhos e Cry-Baby Walker é condenado à prisão no Reformatório Estadual até que atinja os vinte e um anos.
Lenora aproveita a confusão e declara à imprensa local que está grávida de Wade e que os dois pretendem se casar, fazendo com que Allison sinta raiva de seu amado e reate seu "namoro" com Baldwin, indo cantar com ele na inauguração do parque temático A Floresta Encantada (sim, eles levam a sério esse negócio de cantar, principalmente para mostrar que o casal está unido).
Os amigos de Wade (incluindo sua irmã, que recuperou seus filhos - diga-se de passagem - com a ajuda de uma arma), disfarçados de personagens do parque, conseguem raptar a moça do palco e pedem para que ela escolha entre os dois pretendentes. Com Lenora (que agora é uma quadrada) desmascarada e com o apoio de sua avó (que passa a simpatizar com os Farrapos), a moça decide seguir seu coração e vai em busca de seu amado.
"O que ela faz?" vocês devem estar se perguntando. Ora, e o que mais além de subir no capô de um carro, na frente do reformatório e cantar "Please Mr. Jailer, won't you let my man go free?" ("Por favor, Sr. Carcereiro, você não vai soltar o meu homem?"), junto com todos os demais farrapos?
E, como era de se esperar, o juíz que o condenou (mas que também nutre uma paixão muito conveniente pela avó de Allison) liberta Wade, que estava prestes a ter seu cabelo raspado depois de uma frustrada tentativa de fuga.
Para finalizar temos uma emocionante disputa entre Baldwin e Cry-Baby, embalada (adivinhem!) por mais uma pérola musical na voz de nosso herói e seus amigos. Um tanto exagerada, é claro, visto que sua irmã dá à luz sozinha, dentro de um carro em movimento, em meio ao "racha do medroso", em que os carros de ambos vão, à toda velocidade, um em direção ao outro (com os respectivos donos em cima) e o primeiro que desviar, no caso, é o medroso. Pura estupidez adolescente machista. Em outras palavras, brilhante!

Mas por que "Cry-Baby"? Como Wade explica à Allison, seu pai era o famoso Terrorista das Letras, um homem perturbado que colocava bombas em estabelecimentos por ordem alfabética (aeroporto, barbearia, clube, drogaria) e que morreu na cadeira elétrica, assim como a mãe do rapaz, mesmo ela não tendo nada a ver com o crimes (visto que nem sabia soletrar). Tendo crescido traumatizado com isso, Cry-Baby todo dia faz alguma coisa má por seus pais, mas chora por ter de fazê-lo, uma lágrima apenas, que é tudo o que podem tirar dele.

Alguns detalhes são hilários em sua beleza inocente, como a seqüência em que Allison chora a noite toda por ver seu amor ir para o reformatório e depois bebe as lágrimas, que ela tinha guardado (uma a uma) num copo. Ou quando Wade faz, na cadeia, uma tatuagem de lágrima, logo abaixo do olho, para não ter mais que chorar.

Como uma última curiosidade, temos a participação do avô do punk, Iggy Pop, no papel de Belvedere, marido de Ramona.

Enfim, Cry-Baby é um ótimo divertimento.


3 comentários:

  1. Olá Patrick, o seu texto está mais um relato do que opinativo... Melhore este ou refaça...
    boa sorte

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  2. beber lágrima é o fim, ehhe..
    Eu via esse filme na locadora, mas nunca tive coragem de aluga-lo. A capa era muito gay.

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  3. ae Patrick parabéns pelo blog...bjão c cuida ;)

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